Hérnia Discal Cervical
Por Prof. Doutor Ricardo Rodrigues Pinto, Médico Ortopedista e Especialista em Coluna Vertebral. Escolha o melhor para a sua coluna.
Hérnia Discal Cervical: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento
A hérnia discal cervical é uma das causas mais frequentes de dor no pescoço e nos membros superiores. Ocorre quando parte do disco intervertebral se desloca para fora da sua posição normal, na região cervical da coluna, comprimindo uma ou mais raízes nervosas, ou, em casos mais graves, a própria medula espinhal.
Este tipo de hérnia pode provocar sintomas localizados ou irradiados, como dor, formigueiros, perda de força e alterações da coordenação. O seu impacto na qualidade de vida pode ser significativo, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem, na maioria dos casos, uma boa recuperação.

O que é uma hérnia discal cervical?
A coluna cervical é formada por sete vértebras (C1 a C7) e pelos discos intervertebrais que se situam entre elas. Estes discos funcionam como amortecedores, permitindo o movimento do pescoço e absorvendo os impactos do dia a dia.
Com o passar do tempo ou devido a esforços excessivos, o anel fibroso (estrutura periférica do disco) pode sofrer fissuras. Quando isso acontece, o núcleo pulposo (parte central e mais gelatinosa) pode sair do seu lugar, formando uma hérnia. Esta hérnia discal cervical pode comprimir uma ou mais raízes nervosas cervicais ou, se for central e volumosa, comprimir a medula espinal.
Causas da hérnia discal cervical
As hérnias discais cervicais podem surgir por diferentes motivos, isoladamente ou em combinação:
- Degeneração discal: Envelhecimento natural dos discos, que perdem elasticidade e altura ao longo do tempo.
- Esforço físico excessivo ou movimentos repetitivos: Levantar cargas pesadas ou manter posições prolongadas com flexão do pescoço pode favorecer a formação de hérnias.
- Trauma cervical: Acidentes de viação, quedas ou pancadas diretas no pescoço podem desencadear ou agravar uma hérnia.
- Mau posicionamento cervical: Uso intensivo de computadores, tablets e telemóveis pode provocar sobrecarga nos discos cervicais.
- Fatores genéticos: Algumas pessoas têm predisposição para alterações degenerativas precoces da coluna.
- Degeneração discal: Envelhecimento natural dos discos, que perdem elasticidade e altura ao longo do tempo.
Sintomas da hérnia discal cervical
Os sintomas variam consoante a localização da hérnia, o grau de compressão e se afeta raízes nervosas ou a medula. Os mais frequentes são:
Sintomas neurológicos radiculares (compressão de raízes nervosas)
- Dor no pescoço que pode irradiar para um ombro, braço ou mão
- Formigueiro, dormência ou sensação de “choques” nos membros superiores
- Perda de força ou coordenação fina (ex.: dificuldade em segurar objetos, escrever ou apertar botões)
- Diminuição dos reflexos
A dor irradiada num trajeto específico do braço é chamada de braquialgia, e pode indicar exatamente qual raiz nervosa está comprimida (ex.: C5, C6, C7, etc.).
Sintomas medulares (compressão da medula espinhal)
Quando a hérnia é central e volumosa, pode afetar a medula espinal e causar mielopatia cervical, que é uma condição mais grave. Os sintomas incluem:
- Dificuldade em andar ou sensação de desequilíbrio
- Rigidez dos membros inferiores
- Perda de coordenação dos movimentos finos das mãos
- Alterações urinárias (urgência, retenção ou incontinência)
A presença de mielopatia cervical exige avaliação médica urgente.
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Diagnóstico da hérnia discal cervical
O diagnóstico baseia-se numa combinação de história clínica, exame neurológico e exames de imagem. Os passos habituais incluem:
- Avaliação médica detalhada, com identificação dos sintomas, exame físico e testes neurológicos
- Ressonância magnética (RMN): É o exame de eleição para visualizar o disco, o grau de protrusão e o efeito sobre as raízes nervosas e a medula espinal
- TAC (Tomografia Computorizada): Pode ser útil em alguns casos, especialmente quando há alterações ósseas associadas
- Estudos neurofisiológicos (EMG): Podem ser usados para avaliar a condução dos nervos e excluir outras causas de dor radicular
Tratamento da hérnia discal cervical
O tratamento depende da gravidade dos sintomas, do impacto na vida do doente e da resposta às medidas iniciais. A maioria dos casos melhora sem necessidade de cirurgia.
Tratamento conservador
É indicado como primeira abordagem na ausência de défices neurológicos graves. Inclui:
- Medicação analgésica e anti-inflamatória para controlo da dor
- Relaxantes musculares e, em alguns casos, corticoides
- Fisioterapia com exercícios de reforço muscular e alongamento
- Correção postural e ajustes ergonómicos no trabalho e na rotina
- Evicção de esforços que agravem os sintomas
Este tratamento pode durar entre 4 a 8 semanas. Cerca de 80 a 90% dos doentes têm melhoria significativa neste período.
Cirurgia
Indicada nos seguintes casos:
- Défices neurológicos progressivos (fraqueza, perda de coordenação)
- Sintomas persistentes ou incapacitantes apesar do tratamento conservador
- Compressão medular com sinais de mielopatia
A cirurgia tem como objetivo remover a hérnia e descomprimir as estruturas nervosas. As técnicas mais utilizadas são:
- Discectomia anterior cervical com artrodese (ACDF) – remoção do disco e colocação de enxerto e placa para estabilizar
- Artroplastia cervical (prótese de disco) – substituição do disco por uma prótese que preserva a mobilidade, indicada em casos selecionados
A taxa de sucesso cirúrgico é elevada, com boa recuperação funcional e controlo da dor na maioria dos casos.
Prognóstico
O prognóstico da hérnia discal cervical é, na maioria dos casos, favorável. Com tratamento adequado, muitos doentes retomam as suas atividades habituais e têm melhoria significativa da dor e da função.
Em casos de compressão medular, o resultado depende da duração e intensidade da compressão. Quanto mais precoce a intervenção, melhor o potencial de recuperação.
Prevenção da hérnia discal cervical
Embora nem todas as hérnias possam ser evitadas, existem medidas que reduzem o risco:
- Manter uma postura correta, especialmente ao usar computador e telemóvel
- Fortalecer os músculos cervicais e dorsais, através de exercício físico regular
- Evitar levantar pesos de forma incorreta ou fazer movimentos bruscos
- Fazer pausas frequentes durante o trabalho sedentário
Controlar o stress muscular e emocional, que pode agravar a tensão cervical
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