Hérnia Discal Lombar
Por Prof. Doutor Ricardo Rodrigues Pinto, Médico Ortopedista e Especialista em Coluna Vertebral. Escolha o melhor para a sua coluna.
Hérnia Discal Lombar: Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento
A hérnia discal lombar é uma das causas mais comuns de dor lombar e ciática. Ocorre quando o material interno de um disco intervertebral da região lombar se desloca, comprimindo uma ou mais raízes nervosas. Esta compressão provoca dor nas costas, irradiação para a perna e, em casos mais graves, défices neurológicos que podem limitar significativamente a mobilidade e a qualidade de vida.
A maioria das hérnias discais lombares responde bem ao tratamento conservador, mas é fundamental um diagnóstico preciso e um plano terapêutico adequado para evitar complicações e acelerar a recuperação.

O que é uma hérnia discal lombar?
A coluna lombar é composta por cinco vértebras (L1 a L5), situadas na base da coluna vertebral, responsáveis por suportar grande parte do peso do corpo. Entre cada vértebra existe um disco intervertebral, com um núcleo gelatinoso (núcleo pulposo) rodeado por um anel fibroso mais resistente.
Com o tempo, ou após um esforço excessivo, o anel pode sofrer pequenas fissuras, permitindo que o núcleo pulposo saia da sua posição habitual. Quando este conteúdo se desloca em direção ao canal vertebral, pode comprimir estruturas nervosas, formando uma hérnia discal.
A hérnia discal lombar é mais frequente entre os 30 e os 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade adulta.
Causas da hérnia discal lombar
As principais causas incluem:
- Degeneração discal: O envelhecimento natural provoca perda de hidratação e elasticidade do disco, tornando-o mais vulnerável.
- Movimentos repetitivos ou esforços excessivos: Levantar objetos pesados de forma incorreta ou fazer torções bruscas da coluna.
- Trauma: Quedas, acidentes ou impactos que sobrecarregam a região lombar.
- Sedentarismo: A falta de exercício físico enfraquece os músculos que suportam a coluna.
- Maus hábitos posturais: Manter posturas incorretas durante longos períodos, especialmente em contexto profissional.
Predisposição genética: Em algumas famílias há maior tendência para alterações degenerativas precoces da coluna.
Sintomas da hérnia discal lombar
Os sintomas dependem do tamanho e da localização da hérnia, bem como das estruturas nervosas comprimidas. Os mais comuns são:
- Lombalgia: Dor localizada na parte inferior das costas, que pode ser constante ou agravada por determinados movimentos.
- Ciática: Dor que irradia da região lombar para a nádega, coxa, perna e, por vezes, até ao pé. O trajeto da dor depende da raiz nervosa afetada (geralmente L4, L5 ou S1).
- Parestesias: Sensações de formigueiro, dormência ou “corrente elétrica” na perna ou no pé.
- Fraqueza muscular: Diminuição de força num ou mais músculos da perna, podendo afetar a marcha.
- Alteração dos reflexos: Reflexos diminuídos ou ausentes, dependendo da raiz comprimida.
Síndrome da cauda equina (raro, mas urgente): Em casos mais graves, pode haver perda de controlo da bexiga e do intestino, dormência perianal e fraqueza significativa — trata-se de uma emergência médica que requer cirurgia imediata.
Já sentiu este ou outros sintomas e pretende aconselhamento especializado?
Diagnóstico da hérnia discal lombar
O diagnóstico baseia-se numa combinação de história clínica, exame neurológico e exames de imagem. Os passos habituais incluem:
- Avaliação médica detalhada, com identificação dos sintomas, exame físico e testes neurológicos
- Ressonância magnética (RMN): É o exame de eleição para visualizar o disco, o grau de protrusão e o efeito sobre as raízes nervosas e a medula espinal
- TAC (Tomografia Computorizada): Pode ser útil em alguns casos, especialmente quando há alterações ósseas associadas
- Estudos neurofisiológicos (EMG): Podem ser usados para avaliar a condução dos nervos e excluir outras causas de dor radicular
Tratamento da hérnia discal cervical
O diagnóstico é feito através de uma combinação de avaliação clínica e exames complementares de imagem.
Avaliação Clínica
Inclui:
- História detalhada dos sintomas
- Exame físico e neurológico, com testes específicos (ex: sinal de Laségue)
- Avaliação da força, reflexos e sensibilidade nos membros inferiores
Exames de imagem
- Ressonância magnética (RMN): É o exame mais sensível e específico para visualizar a hérnia, o grau de compressão nervosa e eventuais alterações associadas.
- TAC (Tomografia Computorizada): Útil em doentes que não podem realizar RMN, ou para estudar alterações ósseas associadas.
Radiografias simples: Não mostram hérnias, mas ajudam a excluir outras causas de dor lombar.
Tratamento da hérnia discal lombar
O tratamento depende da intensidade dos sintomas, da presença de défices neurológicos e da resposta à terapêutica conservadora.
Tratamento Conservador
A maioria das hérnias melhora com tratamento não cirúrgico, especialmente nas primeiras 6 a 8 semanas. Inclui:
- Medicação: Analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares
- Recomendações posturais e repouso relativo (evitar esforços, mas manter alguma mobilidade)
- Fisioterapia: Programas individualizados com técnicas de alívio da dor, reeducação postural, reforço muscular e alongamentos
- Infiltrações epidurais ou transforaminais: Em casos com dor persistente e inflamação das raízes nervosas, podem ajudar a controlar os sintomas e evitar a cirurgia
Tratamento Cirúrgico
É considerado quando:
- Os sintomas persistem por mais de 6 a 8 semanas, sem melhoria significativa
- Há défices neurológicos progressivos, como perda de força ou alterações da marcha
- O doente apresenta dor incapacitante apesar de tratamento adequado
- Há sinais de síndrome da cauda equina (cirurgia urgente)
As cirurgias mais comuns incluem:
- Microdiscectomia por via tubular: Remoção da parte herniada do disco através de uma pequena incisão, com uso de microscópio cirúrgico. É a técnica mais utilizada e apresenta elevadas taxas de sucesso.
- Discectomia endoscópica: Técnica minimamente invasiva realizada por via percutânea, indicada em casos selecionados.
Ambas as técnicas têm como objetivo a descompressão da raiz nervosa, alívio da dor e recuperação funcional.
Prognóstico
Com tratamento adequado, a maioria dos doentes com hérnia discal lombar apresenta recuperação significativa, com regressão da dor e retoma da atividade habitual.
O sucesso cirúrgico é elevado, especialmente em casos com ciática típica, compressão confirmada e ausência de outras patologias associadas.
A recidiva da hérnia é possível e pode ser minimizada com correção postural, reeducação funcional e exercício físico regular.
Prevenção
Embora nem todas as hérnias sejam evitáveis, algumas medidas podem reduzir o risco:
- Manter uma postura correta durante o trabalho e as tarefas do dia a dia
- Praticar exercício físico regularmente, com foco na força abdominal e estabilidade lombar
- Evitar carregar pesos em excesso ou levantar objetos sem dobrar os joelhos
- Fazer pausas durante atividades sedentárias prolongadas
Cuidar da saúde geral: manter um peso adequado, não fumar e controlar doenças inflamatórias ou reumatológicas

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